Acordo entre Mercosul e a União Europeia representa maior abertura econômica e o segundo maior acordo da história

De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, o Mercosul e a União Europeia representam juntas, em torno de 25% do PIB mundial. Em 2018, a corrente de comércio (soma das exportações e importações) entre Mercosul e União Europeia alcançou um montante de US$ 94 bilhões.

De suma importância, o bloco europeu é o segundo maior parceiro comercial do bloco sulamericano, perdendo somente para a China (US$ 120 bilhões, corrente comercial com o Mercosul na mesma base de comparação) enquanto o Mercosul é o oitavo parceiro para a União Europeia.

Desde 1999, ambas regiões iniciaram diálogos com o intuito de estabelecer um acordo de livre comércio somente selado no ano presente, 2019. Este marco representa o comprometimento com a abertura econômica por parte do Brasil (historicamente conhecido pelo seu protecionismo, em certo grau) e fortalecimento das condições de competitividade entre as regiões. Mesmo selado, o acordo ainda gera certo desconforto de ambas as partes, pois apesar de visualizarem sua potencialidade em alguns aspectos, os produtores locais questionam-se sobre seu benefício e se o acordo seguirá o formato ganha-ganha.

O Mercosul comercializa principalmente produtos agropecuários e a União Europeia exporta essencialmente produtos industrializados como autopeças, veículos e produtos farmacêuticos. Sessenta e sete por cento (67%) desses produtos não serão mais taxados, dentre eles: azeite, frutas frescas, lácteos e vinho – mercados estes com inúmeros produtores sulamericanos. Enquanto o Mercosul será responsável por comercializar 82,3% de toda a carne bovina para a Europa, adequando-se à alta regulamentação fitossanitária exigida pela União Europeia.

Conforme nota do governo federal brasiliero, o acordo não contempla somente os aspectos elucidados acima, mas os tarifários, os de natureza regulatória, como serviços, compras governamentais, facilitação de comércio, barreiras tarifárias, medidas sanitárias e fitossanitárias e propriedade intelectual. Além de responsabilizar-se com a execução das regras pertencentes ao Acordo Climático de Paris.