Aumento nos reservatórios pode mitigar a inflação brasileira com contas de luz mais baixas
As contas de energia no Brasil devem permanecer relativamente baixas em janeiro, visto que os principais reservatórios de usinas hidrelétricas registraram aumentos significativos nos seus níveis de água. Espera-se, com isso, um impacto negativo no componente de eletricidade residencial do índice de preços ao consumidor amplo (IPCA) que, em última análise, deve contribuir com a atual moderação da inflação no país.
Dados diários do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que os cinco principais reservatórios de usinas hidrelétricas do Brasil atingiram um volume médio utilizável de 67,4% em 21 de janeiro, uma alta de cinco meses e um aumento significativo em relação a um mínimo recente de 50,4% no início de dezembro de 2022. Os níveis de água nas barragens são inversamente correlacionados com os preços da eletricidade. A tarifa sem impostos vem caindo significativamente durante os oito meses até novembro de 2022: de R$ 698,72 por MWh em março para R$ 610,44 por MWh em novembro de 2022, uma queda de 12,6%. Além disso, em uma base anual, a queda atingiu 11,8% em novembro de 2022, a maior queda desde 2014. Assim, o atual avanço nos níveis de água nas barragens provavelmente precederá uma nova queda nos preços da eletricidade em dezembro e janeiro.
55% da eletricidade total do Brasil em 2021 foi gerada por usinas hidrelétricas. Portanto, os níveis de água das barragens podem fornecer alguns primeiros sinais da atual geração de energia hidrelétrica do Brasil, que determina as tarifas de eletricidade. Os níveis dos reservatórios hidrelétricos também são úteis para antecipar o componente de eletricidade residencial do IPCA, um componente importante da inflação nacional ao consumidor, geralmente divulgada 10 dias após o final do mês de referência.
O componente de eletricidade do IPC caiu 19% ano a ano em dezembro de 2022. O nível médio dos cinco principais reservatórios sugere que esse componente provavelmente cairá substancialmente em janeiro de 2023, contribuindo para uma maior moderação da inflação ao consumidor no Brasil. O crescimento dos preços ao consumidor no Brasil vem desacelerando desde julho (10,1% ano a ano) e em novembro ficou em 5,8% ano a ano, uma mínima de quase dois anos.
Esta análise é produzida a partir de dados da plataforma Brasil Premium da CEIC Data. Não é cliente CEIC Data? Clique aqui para solicitar um free trial