Impactos do COVID-19 no Brasil

Economia em Crise

O novo coronavírus atingiu o Brasil em um momento ruim. A economia do país ainda está fraca, não tendo se recuperado totalmente da profunda recessão de 2015-2016. O mercado de trabalho é frágil, com o  desemprego permanecendo acima de 11%, enquanto os salários crescem em um ritmo lento. A atividade geral e os níveis de investimento em setores-chave, como mineração, indústria de transformação e construção, estão bem abaixo do pico anterior à crise.

Tempos difíceis para o Brasil

O CEIC Leading Indicator para o Brasil, indicador que antecipa movimentos na atividade econômica, já detectou o impacto negativo do surto  do COVID-19 no início de 2020. Depois de atingir o valor mais alto em 17 meses em dezembro de 2019, o indicador apresentou tendência de queda, uma vez que as principais indústrias do país começaram a ser vítimas dos efeitos negativos da pandemia na forma de interrupções na cadeia de suprimentos e reduções das vendas no mercado externo. Entretanto, o índice teve a maior queda mensal desde a Crise financeira global de 2008-2009, indicando uma recessão econômica iminente no próximos seis meses com uma magnitude não vista em pelo menos 20 anos.

O Brasil provavelmente será um dos mais afetados pela crise, comparado aos outros países na América Latina, pois enfrentou dois choques externos além da paralisação da atividade econômica causada por medidas de quarentena. A redução da demanda internacional dos principais destinos de exportação do Brasil - China, EUA, Japão e UE - e a queda nos preços internacionais dos principais commodities de exportação, como óleo, ferro e aço, cereais, oleaginosas e carne, começaram a distorcer as operações de exportadores brasileiros. Nesse cenário, a ainda incerta recuperação econômica do Brasil em 2021 provavelmente será lenta para os padrões nacionais e regionais.
 

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Fonte: EMIS - EMERGING MARKETS COVID-19 IMPACT SERIES