Excesso de oferta com demanda fraca: baixos preços do petróleo

barril de petróleo
Adriano Morais, Research Economist
barril de petróleo

Antes mesmo da pandemia do COVID-19, o setor global de petróleo já enfrentava tempos difíceis. O excedente de oferta de petróleo provocado pelas tensões entre a OPEP e a Rússia culminou em uma guerra de preços no início de 2020.

Posteriormente, com a imposição de medidas de distanciamento social, a demanda caiu drasticamente. Esta foi a conjuntura perfeita para um declínio significativo nos preços globais do petróleo: os preços futuros do “West Texas Intermediate (WTI)” com entrega no início de maio de 2020 caíram abaixo de zero dólares em 20 de abril de 2020. Sem lugar para que se pudesse armazenar os barris, os fornecedores preferiram pagar seus clientes para levar o petróleo.

O Brent começou o ano em US$ 67 por barril e caiu para US$ 9 por barril no final de abril de 2020. Em novembro de 2020, os preços flutuavam em torno de US$ 40 por barril. O ambiente de preços baixos no curto e médio prazo pode ameaçar a sobrevivência dos produtores de petróleo, principalmente daqueles com custos de produção e transporte acima dos preços vigentes do produto.
 

As incertezas mundiais causadas pela pandemia e suas repercussões econômicas afetaram a economia brasileira e, consequentemente, o setor de petróleo. O excesso de oferta e a demanda fraca nos mercados de petróleo reduziram as receitas petrolíferas no Brasil.


As restrições impostas para conter o coronavírus provocaram uma queda recorde no PIB brasileiro, que caiu 10,8% ano a ano no segundo trimestre de 2020, a preços básicos. A atividade do setor de transportes também despencou. O volume de vendas de petróleo e de seus derivados no Brasil também sofreu os efeitos adversos, uma vez que a economia caminhava para uma recessão.
 

Outro importante fator que irá determinar o futuro do setor de petróleo no Brasil é a taxa de câmbio. De janeiro até o início de dezembro de 2020, o real brasileiro se desvalorizou mais de 30% em relação ao dólar norte-americano devido às incertezas políticas, ao avanço da pandemia, e às saídas de capital, pois os investidores estavam recorrendo a ativos mais seguros e rentáveis, dada as quedas históricas da taxa de juros brasileira, a Selic.


No entanto, isso pode ser benéfico para as exportações brasileiras. Para as empresas exportadoras, os custos de produção são principalmente em R$ e as receitas em US$, o que gera um impacto positivo sobre o lucro em momentos de depreciação cambial. No Brasil, as principais commodities de exportação são petróleo bruto, minério de ferro, papel e celulose.

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