Preços diários de alimentos indicam inflação menor em junho no Brasil

Preços diários de alimentos indicam inflação menor em junho no Brasil
Adriano Morais, Research Economist
Preços diários de alimentos indicam inflação menor em junho no Brasil

Nos últimos meses, a inflação de alimentos vem suportando o crescimento geral dos preços no Brasil, uma vez que os custos de transporte – que impulsionaram a inflação em 2022 – caíram significativamente na base anual de comparação. Preços agrícolas – divulgados diariamente – indicam que os preços das carnes, grãos e frutas desaceleraram durante a primeira quinzena de junho, sugerindo uma nova desaceleração da inflação geral em relação à taxa interanual de 3,9% registrada em maio. Contudo, isso pode não ser suficiente para o Banco Central reduzir as taxas de juros do país, já que o núcleo da inflação (em 7,3% a/a em maio) permanece bem acima do limite superior da meta de inflação (4,75% a/a).

 Preços diários de alimentos indicam inflação menor em junho no Brasil

Ao contrário da inflação geral, a inflação dos alimentos tem sido mais persistente. Em maio, o subíndice de alimentos e bebidas cresceu 5,5% a/a, compensando a queda de 4,8% a/a no subíndice de transportes. Notavelmente, os preços da carne e do óleo de soja caíram 5,3% a/a e 29,5% a/a, respectivamente, enquanto os preços das frutas experimentaram uma taxa de crescimento mais lenta, de 17,5% a/a (1,4 ponto percentual menor do que em abril).

Preços diários de alimentos indicam inflação menor em junho no Brasil

De acordo com os preços agrícolas diários do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA), os preços dos alimentos devem continuar caindo em junho. Por exemplo, o indicador médio de preços do boi gordo na primeira quinzena de junho foi de R$ 245,5, o que representa uma queda de 9,5% em relação ao mês anterior. Os preços das carnes de frango e suína também caíram na primeira quinzena de junho, em 10,2% na comparação mensal (m/m) e 13,1% m/m, respectivamente. Os grãos também devem contribuir para a queda da inflação em junho (veja Painel). No entanto, frutas e legumes, que têm preços mais voláteis, provavelmente exercerão alguma pressão de alta sobre a inflação de alimentos. Os preços da batata e da maçã, por exemplo, subiram 23% m/m e 10,9% m/m, respectivamente. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgará os números oficiais de junho no dia 11 de julho, reafirmando que os preços agrícolas diários servem como uma ferramenta valiosa para o monitoramento quase em tempo real da inflação dos alimentos.

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A inflação mais baixa esperada em junho provavelmente não será um fator suficiente para o Banco Central considerar a redução das taxas de juros, especialmente devido ao lento declínio do núcleo da inflação. O comitê de política monetária se reunirá em 20 e 21 de junho e deve manter as taxas de juros atuais. No entanto, o comitê provavelmente fornecerá orientações mais claras sobre quando as taxas de juros devem começar a cair.

Esta análise é produzida a partir de dados da plataforma Brasil Premium da CEIC Data.

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